sábado, 10 de março de 2012

O triste fim de Catolé e Mambebim


Esta é uma história trágica sobre dois amigos: Catolé e Mambebim. Se você não suporta final infeliz e mocinhas que se ferram, não leia, ou então leia e se chorar não diga que não avisei.



Catolé e Mambebim eram melhores amigos, apesar de serem completamente diferentes em todos os aspectos. Catolé era pedreiro, metido a pegador, o típico sem escrúpulos. Pegava todas, as solteiras desavisadas a quem enganava se dizendo solteiro, as raparigas caçadoras de cascalho, as casadas, notoriamente as mulheres dos amigos, pelo simples prazer de enchifrar a cabeça do amigo, mas o fetiche de Catolé era mesmo as domesticas. Catolé não podia ser chamado de patrão que já lhe subia pênis adentro um turbilhão de vontade. Aquele tipinho que esconde a dele em casa e bota a mão nas dos outros. Porem, Catolé não se prendia a mulher alguma. Tinha fama de briguento e estava sempre pronto pra um confronto, barulhento tal qual uma lavadeira na beira do rio, não levava desaforo pra casa. Se alguém lhe pisava os calos, Catolé rosnava como um cão raivoso e pulava com o filho de uma garnisé, traiçoeiro, já puxava a faca e fazia o rasgo no chão. Pra resumir, Catolé era temido e destemido. Mambebim era camelô, tipinho sem vergonha, bajulador, e namorava sério. Tinha um jeito passivo daqueles que não matava nem mosca. Dava-se bem com todo mundo, sempre sorridente e brincalhão, mas fazia qualquer coisa pelo Catolé por quem nutria uma paixão platônica. Os dois acreditavam que um completava o outro. Amizade de infância sabe como é.

Tana era uma moça bonita, sempre com aquelas roupas coladinhas no corpo, que marcavam muito bem o bumbum. Boca carnuda, sempre pintada de um rosa leve. Deixava os homens loucos. Era a namorada de Mambebim. 

Certo dia, Catolé mudou seus planos. Normalmente, ele ia para a rua arrumar confusão. Mas naquele dia ele resolveu ir atrás de Kika, uma de suas peguetes, casada com um amigo seu, para dar uma variada. Tancinha, sua mulher, já tinha um gosto meio ensosso, precisava de uma dieta diferente pelo menos duas vezes por semana e sendo mulher de um amigo era a comida perfeita. No meio do caminho, recebeu uma ligação de Tancinha e precisou dar um jeito de atender as duas, já que ela estava muito nervosa. Voltou pra casa meio contragosto, mas pensou com sua cafajestice peculiar que Kika podia esperar. 

Não muito longe dali, Mambebim fechava e guardava sua barraquinha. Aliás, Mambebim nunca armava a outra barraca, coisas do jeitinho passivo dele. Tinha planos para aquele dia: pedir Tana em casamento. E assim Mambebim casou com Tana. É claro que Catolé foi o padrinho de casamento.

Mambebim com seu jeitinho arranjou logo uma barriga pra Tana e tudo parecia muito feliz e perfeito, mesmo que ficasse a dúvida se o dono daquela barriga era ele mesmo. Mas se fosse Catolé, toda traição seria perdoada.

Anos se passaram. Catolé foi subindo na vida e se tornou um homem rico. Os tempos de pedreiro ficaram para trás. Agora Catolé era conhecido na cidade. Mas o coquetel de dinheiro e poder somatizaram o gosto de Catolé que já traçava suas empregadas a vista de todos. Para ele sexo era uma questão de poder, de subserviencia. Poder para ele e subserviencia para os outros. Catolé gostava mais e mais de ser servido. Era um maníaco incorrigivel. 

Mambebim que tinha uma cabeça descerebrada gostava tanto de Catolé que era incapaz de supor que se Catolé fazia com os outros, poderiam muito bem fazer com ele. Mambebim estava cego e a paixão platônica só aumentava. Contam que uma vez Catolé por conta de umas confusões que arrumou, ia ser preso, mas Mambebim, caninamente, se apresentou à policia, se declarou culpado e foi preso no lugar de Catolé, que sabendo disso usava o Mambebim para obter mais dinheiro e mais poder.

Ia tudo bem, Catolé subia e levava Mambebim junto, mas sem jamais lhe dar muita coisa, já que pensava na sua esperteza, que não podia promover Mambebim para não perder seu escravo, Mas Mambebim não se importava com isso, o importante era a satisfação de Catolé.

Mas um dia, como tudo que não é conquistado com o coração, Catolé entra em desgraça. Tudo seu império começa a ruir. De poderoso chefão passou a ser uma chacota para as pessoas. Caçoavam dele aqui e ali, mas o escudeiro Mambebim estava ao seu lado. Quando não era blindando, era dando apoio.

Embora Mambebim soubesse que Catolé era um safado, aproveitador, enganador, usurpador da consciência alheia, mantinha-se fiel como se tivesse feito aquele compromisso aos pés do altar: na tristeza e na alegria, na dor, enfim, Mambebim se orgulhava de ser fiel.

O que Mambebim não sabia era que na hora do “pega pra capar”, Catolé iria tirar o precioso dele da guilhotina e iria colocar o dele.

E assim foi. Catolé se envolveu com o tráfico e contrabando, e para obter mais dinheiro ia envolvendo todos na sua aventura. Assim foi com o Melequinha, a Kika, a Tancinha, a Keka, o Fézim, o mundim, o Capinoso, o Gargamel e o Jurubeba, além do Mambebim e da Tana, é claro.  A quadrilha estava formada. O bando de Catolé.  Tinha também o rabulim que dava cobertura à quadrilha. 

Porém a polícia que não é boba foi armando o cerco e a casa caiu pros vagabundos. Os homens da lei botaram todo mundo pra dançar. Mão na parede!!! olha pra frente, meliante!!! Catolé foi para trás das grades.  

Foi um escândalo para a sociedade. Catolé tão vistoso, tão temido e poderoso, era agora, um prisioneiro. A cidade indignada resolveu expulsar Catolé e sua turma.

E foi assim o triste final do bando: 

Mambebim ficou sem barraquinha pra armar, arrependido e com uma duvida danada na testa, afinal, Catolé tinha tara por mulheres casadas.

Kika passou a ter um casinho com uma carcereira que lhe rende alguns privilégios na cadeia e deu um chifre cor de rosa ao marido. 

Tancinha continuou a exibir bijuterias baratas e penduricalhos jurando para todos que é rica.

Keka arranjou um amante figurão que lhe pagou a fiança e sumiu do mapa. 

Melequinha que tem a cabeça maior que o resto do corpo foi embora com o rabo preso entre as pernas, dizem que virou travesti e adotou o nome de Jamile Henderson.
  
Fézim comprou um megafone e saiu berrando como um louco pela cidade. 

Rabulim que era famoso por ficar na porta da cadeia, um dia se descuidou, caiu pra dentro e de lá nunca mais saiu. Dizem que gostou de um lendário presidiário.

Nunca mais se ouviu falar de Mundim, Capinoso, Gargamel e Jurubeba. 

E Catolé que passou a perna em todo mundo, tinha umas folhinhas de milho escondidas debaixo do colchão, pagou um bom advogado e saiu da cadeia. A última notícia que se tem dele é que se candidatou a síndico de um prédio, mas teve apenas um voto; o dele mesmo!

Um comentário:

  1. rindo d+ so faltou dizer que é mera coincidencia kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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